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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PARABÉNS, PASTOR FABRÍCIO!

Muita alegria na comemoração dos 33 anos do Pastor Fabrício, nesta quarta-feira, no Riala, em São Jacinto, onde há um ano e meio ele vem ministrando a palavra de Deus aos amigos do Deputado Alair Corrêa e prefeito eleito de Cabo Frio, que abriu as portas de seu sítio para o trabalho de evangelização realizada por Fabrício, que é do Centro Evangelístico Internacional, de Cabo Frio.
"O Senhor é meu Pastor e nada me faltará". Salmos 23, foi a palavra do dia.
Veja a seguir fotos da festa.

Assoprando a velinha




































































terça-feira, 23 de novembro de 2010


DEVASTAÇÃO NO LOTEAMENTO ORLA 500, EM TAMOIOS, CABO FRIO, RJ.

DIARIAMENTE ÁRVORES SÃO DERRUBADAS NO LOTEAMENTO ORLA 500, EM TAMOIOS, CABO FRIO. AS AUTORIDADES NADA FAZEM PARA IMPEDIR A DEVASTAÇÃO DAS ÁRVORES CUJOS TRONCOS ESTÃO SENDO VENDIDOS PARA UMA OLARIA EM BOAS ESPERANÇA, MUNICÍPIO DE RIO BONITO. VEJA NO DETALHE UMA CORDA ESTICADA E AMARRADA A UMA CAMINHONETE PARA COLOCAR A ÁRVORE NO CHÃO.

AS IMAGENS DAS ÁRVORES COM MAIS DE 30 ANOS CHOCAM

PODEM NÃO FAZER PARTE DA FLORA DE MATA ATLÂNTICA, MAS FAZEM FALTA À NATUREZA. AMBIENTALISTAS NÃO SE MANIFESTAM CONTRA.
ENQUANTO ÁRVORES SÃO DERRUBADAS, EM TAMOIOS, LIXÕES SE ESPALHAM PELO DISTRITO. QUE CIDADE É ESSA? ONDE ESTÃO AS AUTORIDADES?
PELO MENOS A PM TRABALHA APREENDENDO MOTOS

INÉDITO: A PREFEITURA DE CABO FRIO USA MANILHAS PARA SINALIZAR BURACO. O QUE É ISSO?!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sex, 12 de novembro de 2010 11:05
Marcelo Freixo
Marcelo Freixo
O que me traz a essa tribuna é um tema que voltou à pauta. Mas não voltou à pauta em função das políticas públicas, em função das ações de Governo. Voltou à pauta em função de um filme que faz muito sucesso hoje nos cinemas.
O tema das milícias, antes esquecido e, durante as eleições, pouco lembrado, voltou à pauta da sociedade. O filme Tropa de Elite 2 traz o tema da milícia novamente ao debate do Rio de Janeiro e agora para o Brasil inteiro. Mais de oito milhões de espectadores já assistiram ao filme. É um recorde e, provavelmente, o será de todos os tempos se atingir 12 milhões de espectadores. Parabéns ao Padilha, aos atores e todos da produção, foi um belíssimo filme e uma belíssima contribuição.
Senhores Deputados, quero dizer que o tema das milícias foi muito discutido nesta Casa no ano de 2008. Em 5 de fevereiro de 2007 eu apresentei um requerimento para abertura de uma CPI para investigar a ação das milícias. Fevereiro de 2007. Nós só conseguimos abrir essa CPI em junho de 2008. A CPI sequer havia sido publicada nesta Casa, aliás, como está acontecendo agora com o meu pedido de CPI da área de Saúde que também não publicam. A Mesa Diretora atribui a si um papel que não tem: o de não publicar o pedido de um deputado feito nos trâmites legais da Casa.
Nós só conseguimos abrir a CPI que investigou a ação das milícias, depois que uma equipe do jornal O Dia foi barbaramente torturada na Favela do Batan. Depois que isso ocorreu, nós conseguimos, diante de uma pressão muito forte, principalmente dos meios de comunicação, abrir a CPI das Milícias.
Essa CPI levou seis meses. Nós a concluímos no dia 10 de dezembro de 2008. Nesse sentido, está aqui na minha mão um relatório, que e eu o trago a fim de retomar a memória do Parlamento. Tal relatório foi aprovado por unanimidade nesta Casa e tem, não apenas o mapa das milícias ou como elas funcionam, mas também quais são os seus braços econômicos, a relação do braço político com o braço econômico, o domínio de território.
É um relatório que foi uma belíssima contribuição do Poder Legislativo - não é do deputado a, b, ou c - para a sociedade. Não é à toa que é uma CPI que entra para a história do Parlamento, porque se nós pegarmos o cronograma das prisões dos milicianos, a CPI ganha muito valor.
No ano de 2006 foram presos cinco milicianos apenas. No ano de 2007, já no Governo Sérgio Cabral, foram presos apenas 24 milicianos, um número muito tímido para o primeiro ano de Governo. O ano de 2008 foi o ano da CPI, principalmente no segundo semestre o aumento de prisões é considerável, chegando a 78 no ano de 2008.
No ano de 2009, com o relatório já concluído e com a mudança muito substancial do olhar da opinião pública, esse número de prisões vai para 275. Então, saímos de 2007 com 24 para 275 prisões em 2009. É evidente o que muda a opinião pública, o que muda a situação das milícias no Rio de Janeiro é o trabalho feito pelo Poder Legislativo; foi a CPI, não foi um estalo de luz do Governador, não foi nenhum momento iluminado do Governador em que ele resolveu enfrentar as milícias. Ele foi levado a isso. Que bom!
A Draco, principalmente a Draco - Delegacia de Repressão do Crime Organizado - fez um belíssimo trabalho no enfrentamento às milícias, na investigação, valendo-se do relatório feito por este Parlamento.
Pois bem, desde o início avisávamos que as milícias tinham uma estrutura de máfia no Rio de Janeiro. Por quê? Agentes públicos dominando territórios, fazendo com que a sua lucratividade fosse enorme. Para que tenha uma ideia, só no domínio das vans, uma das milícias que conseguimos quebrar o sigilo e investigarmos, o faturamento era de 170 mil reais por dia - 170 mil reais por dia de faturamento de uma única milícia. Esse é o dinheiro que compra armas e que compra gente, que compra pessoas. O poder dessas milícias era crescente. E avisávamos desde aquele momento que não bastaria a prisão dos seus líderes, mesmo que fossem líderes importantes - um deputado, alguns vereadores.
Sabemos que as prisões foram prisões significativas dos líderes milicianos. Mas a milícia é uma estrutura de máfia, a milícia domina territórios e tem braços por dentro do Estado. Cansaram de nomear diretores de escolas, quem controlava Posto de Saúde. A milícia é o crime organizado por dentro do Estado. Aliás, crime organizado em qualquer lugar do mundo é sempre dentro do Estado, não é fora. E nesse sentido apontávamos que não bastaria a prisão dos líderes.
Esse relatório da CPI, o relatório aprovado aqui na Assembleia Legislativa tem 58 propostas concretas para o enfrentamento das milícias. Cinquenta e oito propostas! Esse é um documento que pertence a todos os deputados, esse documento pertence ao Estado, é um documento do Poder Legislativo aprovado nesta Casa. Essas 58 propostas não foram cumpridas pelo governo estadual.
Não adianta o Governador Sérgio Cabral dizer que enfrenta as milícias, que enfrentou as milícias, que o filme Tropa de Elite 2 não é dos dias de hoje e sim dos dias de ontem porque os líderes foram presos. É verdade que os líderes foram presos, mas isso não basta e as milícias continuam crescendo. O número de milícias hoje no Rio de Janeiro é maior do que havia na época da CPI. O número de territórios dominados por milícias hoje é maior do que o número de territórios dominados pelo varejo da droga. A milícia é o que há de mais organizado em termos de crime que está colocado nas ruas do Rio de Janeiro. É máfia, é estrutura de máfia, tem projeto de poder. É verdade que não conseguiram ter bom resultado nessa eleição porque a sua imagem pública foi muito desgastada, porque o discurso moralista do mal menor se desfez, mas os seus braços econômicos continuam mantidos.
Este relatório foi entregue pelos membros da CPI, Deputado Luiz Paulo, nas mãos do Prefeito Eduardo Paes. Solicitamos ao Prefeito Eduardo Paes que a licitação das vans fosse feita individualmente e não por cooperativas. O Prefeito acaba de fazer licitação por cooperativas e não individualmente.
Solicitamos que a Agência Nacional de Petróleo que é responsável pela fiscalização da distribuição do gás ampliasse a sua rede de fiscais.
Deputados Rodrigo Neves e Luiz Paulo, sabem quantos fiscais da Agência Nacional de Petróleo trabalham no Rio de Janeiro? Cinco. Cinco fiscais! Isso é uma piada. A Agência Nacional de Petróleo tem enorme responsabilidade sobre o crescimento das milícias porque, afinal de contas, o braço do controle, da distribuição e da venda dos botijões de gás é importantíssimo.
A milícia é um projeto econômico, a milícia é um projeto financeiro, não é um grupo de justiceiros. Nesse sentido se não cortarmos os braços econômicos eles não serão vencidos, vão continuar crescendo e não adianta o Governador falar meia verdade, dizendo que os líderes foram presos. Foram presos e as milícias continuam muito bem, obrigado. Continuam funcionando, continuam ampliando nos territórios, continuam matando gente à luz do dia. As Zonas Oeste e a Norte estão completamente dominadas pelas milícias.
Nesse sentido acho que a responsabilidade da cobrança sobre o Governador é de todo Parlamento, porque esse é um relatório que não pertence aos deputados que fizeram parte da CPI. Esse relatório pertence ao Poder Legislativo, foi aprovado por todos os deputados desta legislatura. Por todos: não houve qualquer voto contrário. Então, nesse sentido nós, do Poder Legislativo, temos que cobrar do Governador, para o bem da democracia e para o bem do estado democrático de direito.
É inadmissível o que está acontecendo, enquanto o Governador finge que as milícias não existem e diz que isso é coisa do passado, porque suas lideranças foram presas. Foram presas porque houve um belo trabalho do Parlamento e porque houve um belo trabalho da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado. Mas continuam funcionando. E vão crescer e vão voltar a eleger pessoas no Rio de Janeiro. Vão voltar a eleger pessoas no Rio de Janeiro. Não conseguiram desta vez porque o desgaste ainda é muito recente. Mas vão voltar a eleger políticos no Rio de Janeiro. É uma questão de tempo.
E nesse sentido é bom dizer que o projeto das UPPs de longe não resolve o problema. E me estranha muito o Governador tentar simplificar o debate sobre Segurança Pública, dizendo que o Rio de Janeiro é outro porque tem UPPs. São mais de mil favelas no Rio e as UPPs não chegam a 13 delas.
Eu estive hoje no Chapéu Mangueira e na Babilônia. Além da polícia, não há lá qualquer braço do Estado. A creche mal funciona, com o salário atrasado das professoras, o que a Prefeitura não assume. O posto de saúde não tem nenhum médico, nenhum dentista da rede pública do Estado. É mais uma vez a lógica exclusiva da polícia nas favelas - e somente a polícia.
O mapa das UPPs é revelador, o setor hoteleiro da Zona Sul, o entorno do Maracanã, a Zona Portuária e a Cidade de Deus - única área dominada pelo tráfico em toda Jacarepaguá, que tem o domínio hegemônico das milícias.
A UPP é um projeto de cidade. A UPP é um projeto que viabiliza um Rio de Janeiro desejado para os Jogos Olímpicos, onde determinados territórios são escolhidos para um projeto de cidade. Não é um projeto de Segurança Pública! E eu estranho o silêncio desse governo em relação às milícias, dizendo que o Rio está pacificado, diante do crescimento das milícias.
E por quê? Por que, indiretamente, nas entrelinhas, o Governador voltou a acreditar que as milícias representam um mal menor? É isso que está sendo dito, porque as UPPs não chegaram às áreas de milícia? Isso o Governador vai ter que explicar. E a gente está aqui para cobrar.
[Pronunciamento de Marcelo Freixo no plenário da ALERJ na terça-feira, 9 de novembro de 2010]

terça-feira, 16 de novembro de 2010

INFORMAÇÃO: suspensa vistoria anual do Detran

Foi concedida semana passada uma liminar pela 14ª Vara de Fazenda Pública, a pedido do deputado estadual João Pedro, suspendendo a exigência da vistoria anual de veículos pelo DETRAN. Para o Poder Judiciário apenas a União (Governo Federal) pode legislar sobre o trânsito, tornando a vistoria ilegal!

O Rio de Janeiro é, ou era, o único estado a ter a vistoria que, convenhamos, se no início ainda verificava alguma coisa, nos últimos anos só se tornou uma obrigação chata. Há um projeto na ALERJ que previa o fim da vistoria e cria o “Licenciamento Eletrônico de Veículos no Estado do Rio deJaneiro, acabando com a vistoria e a população poderia fazer tudo pela internet, ao renovar os documentos do veículo.

Leia a liminar completa:

Trata-se de demanda em que o impetrante objetiva o
licenciamento do veículo sem a realização da vistoria.
Conforme se constata da Constituição da República em seu artigo 20, XI, compete exclusivamente à União legislar sobre trânsito, o que fez com a edição do Código de Trânsito.
Desta forma, para melhor desempenho e organização
estabeleceu-se que o CONTRAN regulamentaria algumas situações, dentro elas o sistema de licenciamento.

Ocorre que a Resolução nº 84/1998 do CONTRAN que estabelecia a vistoria como exigência obrigatória para o licenciamento do automóvel, foi suspensa pela Resolução nº 107/99 impedindo a sua aplicação desde esta data. Frise-se que o Código de Trânsito não exige a vistoria, o que impede a edição de Resoluções e Portarias como forma de restringir direito.

Os atos administrativos não podem ampliar matérias que não estejam disciplinadas em Lei, sob pena de burlar o comando constitucional. No Estado do Rio de Janeiro, em regra, são as Portarias e Resoluções que disciplinam todas as controvérsias referentes à regularização dos veículos, procedimento inadequado e que atinge o usuário do serviço.
Ressalte-se que a exigência da autarquia possui interesse duplo, pois ao exigir a vistoria, por via transversa, impõe o adimplemeneto de todas as multas e tributos relacionados ao bem, manobra que objetiva criar receita sem a propositura da ação executiva própria. Conforme se verifica no sistema atual, todos os procedimentos referentes à regularização de automóvel geram a vistoria com o pagamento do respectivo DUDA.

Se um carro é vendido duas vezes em um ano, fará duas vistorias para transferência de propriedade, o que demonstra que o objetivo da exigência não é a inspeção de segurança.
Por outro lado, desde que legitimamente autorizado, o DETRAN pode realizar a inspeção de segurança dos carros, no entanto, não se pode permitir que toda documentação referente a um automóvel somente seja deferida após a vistoria. Os atos administrativos devem observar o princípio da razoabilidade, sob pena de ultrapassar os limites da isonomia também exigida pela Constituição.

Em face do exposto, DEFIRO A LIMINAR para determinar o licenciamento anual de 2010 do veículo conforme documento de fls. 15/16, sem a exigência de vistoria. Certificado o correto recolhimento das custas, intimem-se. Notifique-se a autoridade coatora. Intime-se para apresentar impugnação.
Decorrido o prazo legal, com ou sem manifestação, ao Ministério Público. P.I.

*Processo 0130323-42.2010.8.19.0001*

Leia liminar completa em

http://diariodorio.com/derrubada-vistorial-anual-do-detran/

Aos amigos Blogueiros e Imprensa LIVRE,

Solicito que publiquem a matéria abaixo. Como muitos de vocês ando sendo alvo da onda difamatória que grassa na cidade. Percebo claramente que tais coisas são o "último argumento da incompetência e da ignorância", sem falar nos intere$$es contrariados. Conclamo a todos aqueles que já estão sendo, ou serão, alvo deste tipo de "linchamento moral", a que façam claramente seu protesto. Esclareço ainda, que em sabendo a identidade do "difamador" terei um enorme prazer em argui-lo nas instâncias devidas.

Abraços,e desde já, grata a todos.

Beth Michel

Publicado no Blog. História,música e sociedade ( Prof. Chicão) > josefranciscoartigos.blogspot.com

"Outro dia, falaram que Beth Michel era assessora do vereador Dr. Taylor Jasmim. Beth é uma artista independente e recebe tb como aposentada."(sic)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Esclarecimento de Beth Michel



















Caro Chicão,


Já que fui nominalmente citada, me vejo na obrigação de esclarecer que: sim sou artista plástica independente. E sou filiada a duas entidades: TribAL e Grupo Independente.

(Em momento algum me beneficiei destas afiliações em proveito próprio, e não por que me fosse interdito, mas porque não necessitei). Não sou aposentada (ainda), meu marido sim é aposentado . Trabalho (de forma remunerada) como artista plástica para dois "marchands" estrangeiros ( um europeu, outro japonês) e o restante de meus ganhos pessoais provêem de imóveis que herdei fora do município de Cabo Frio.

O Dr. Taylor Jasmim, quando em campanha (2008), me procurou (assim como outros candidatos) para pedir que eu lhe desse minha OPINIÃO sobre um projeto Cultural de autoria dele, o que fiz de maneira totalmente gratuita ( no caso proposto achei o projeto básico excelente, mas merecedor de algumas pequenas adaptações).

E de lá para cá estive 2 (duas) vezes no gabinete do - já eleito, vereador: a primeira (com a historiadora Meri Damasceno) para solicitar providências quanto à autorização dada (indevidamente) pelo então Conselho de Cultura para a demolição da Casa Wolney( e para proteção de outros bens históricos); e a segunda com várias outras pessoas da comunidade Cultural (procuramos também Alfredo Gonçalves e outros vereadores) para impedir a votação do decreto de reforma administrativa, e que iria transformar as Secretarias de Cultura e Meio Ambiente em meras coordenadorias (o que culminou na autorização expressa do sr. Prefeito para o I Fórum Municipal de Cultura e no compromisso formal do mesmo sr. Prefeito em ACATAR as decisões dele imanadas- tenho matéria publicada no jornal Folha dos Lagos para comprovar).

Não sou, e não fui convidada para - e se o fosse não aceitaria; nenhum cargo REMUNERADO na Câmara, nem NESTE governo. Prezo minha LIBERDADE e minha coerência. Peço-lhe a gentileza de publicar este esclarecimento com o mesmo destaque no corpo do Blog.

Um grande abraço Beth Michel

(P.S.; Para tornar a matéria mais inteligivel para aqueles que não acessam o blog do Chicão, acrescentei algumas explicações necessárias entre parênteses)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Machismo!

Caros amigos (inimigos também).

Minha ausência temporária tem justificativa, mas que, naturalmente não interessa a ninguém, só a mim e a família.

Apesar da ausência, fiquei ansioso para escrever e queria falar a todo este povo brasileiro sobre as eleições presidenciais (ainda as eleições, que saco, dirão muitos). Mas, assim como minha ausência, tem justificativa, mas essas, acredito, de interesse geral.

O que assisti pela TV foi algo vergonhoso por se tratar de campanha para escolher o dirigente do país e que tinha os olhos do mundo voltados para o Brasil. Meu Deus!

Bolinha de papel na cabeça que devido à exploração de determinado veículo

de comunicação mais ficou parecendo um míssil do Hezbolah, aquela facção que luta em terras do Líbano pela independência Palestina nas terras que Israel diz que são suas.

Os mísseis costumam cair na cabeça das pessoas em cidades israelenses tais como a bolinha de papel na cabeça do candidato José Serra.

Porém existem claras diferenças, é óbvio, afinal os mata-mosquitos que lançaram a bolinha estão a centenas de anos-luz de distância dos homens bombas que explodem freqüentemente no Oriente Médio. No entanto, acho que muita gente concorda que as reportagens sobre o assunto pareciam tratar sobre um ataque da Al Qaeda do Osama Bin Laden (o maior fugitivo do mundo), aquele que explodiu as Torres Gemes, em Nova Iorque, em 2001. Uma exploração exacerbada do machismo contra a mulher que demonstrou firmeza, inteligência e capacidade de administrar crises.

Mas, deixando de lado os aspectos milicianos (aliás, a milícia está dando de mil a zero em Cabo Frio e ninguém faz nada, mas isso é tema para um artigo futuro), vamos ao que interessa, porque minha intenção é abordar uma outra questão que identifiquei na campanha e que parece não interessar a ninguém, nem intelectuais, nem so

ciólogos, discutir: o machismo!

Meus amigos, depois dessa campanha, cheguei à conclusão de que deveria ser criada uma lei específica contra o machismo, tal como existe a lei contra a homofobia, para proteger as mulheres da exploração exacerbada daqueles homens-vítimas-de-bolinha-de-papel, especialmente os políticos que não pagam pensão alimentícia. O Serra parecia até jogador de futebol cavando pênalti. O que é isso, companheiro?!

A começar pelo histórico machismo da coligação PSDB/DEM, filhotes da extrema direita que comandou este país por anos com mão de ferro sob a sigla ARENA e depois PDS, depois PSDB e PFL e depois PSDB e DEM, que abrigava políticos a serviço dos militares, que gostavam de mamar na teta da República enquanto o povo sofria fome, sede, espancamentos, torturas e algumas balas certeiras (não perdidas). Mas tinha futebol e carnaval na TV para desviar a atenção daquilo que ocorria no país.

Percebi que esse sentimento machista se espalhou com apoio de um veículo eletrônico e contribuiu para dar a Serra aqueles milhões de votos. Coisas muito baixas foram utilizadas, inclusive por lideranças religiosas, que se deixaram levar pela serpente e, mais uma vez, experimentaram o gosto da maçã.

Graças a Deus que temos neste país a maioria de pessoas inteligentes, percebemos que 56% dos brasileiros não são machistas, em discernimento e souberam, naturalmente com seriedade e muito orgulho, participar da história deste Brasil, elegendo a primeira mulher como presidente deste país.

Dilma, com sobras, mostrou que aprendeu a lição e passou com nota muito superior a de Serra no exame presidencial. Serra tratou dos assuntos como as maricotas tratam das questões pessoais, olhava apenas para cada árvore da floresta, enquanto

Dilma mostrou visão, olhando a floresta inteira.

Surpresa foi o Gabeira, até então um dos nomes da resistência nesse país, tenha se entregado à sede do poder e se aliado à cultura daqueles que nas décadas de 60 e 70 trucidaram a juventude deste país, eliminaram os líderes para que a CIA norte americana pudesse escolher quem deveria comandar o Brasil. Pobre Gabeira, se deixou iludir pela sede do poder, se aliou aos machistas, olhou apenas para seu umbigo e perdeu a chance de confirmar seu nome na história desse país. O que é isso companheiro!

Gabeira fez coro com Marcos Mendes (PSDB, mesmo partido de José Serra), o prefeito mais cassado da história deste país. Marcos Mendes jogou nas onze, colou em Lula, Sergio Cabral e no final, teve que se aliar a Serra. Ele participou, juntamente com o empresário do Cabofolia, de uma reunião no Rio com prefeitos do PSDB e partidos aliados, para trabalhar na campanha. Cada prefeito foi incumbido de coordenar a campanha de Serra em seu município.

A Região dos Lagos, como um todo, deu uma votação expressiva a Serra demonstrando que na Região, o machismo está arraigado.

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Bandidos impõem toque
de recolher em Cabo Frio

A violência vem aumentando na região, mais
particulamente em Cabo Frio. Nesta última quinta-feira, após um grande tiroteio, bandidos do Jacaré impuseram toque de recolher no bairro. Escolas não funcionaram e lojas tiveram que permanecer fechadas. Um homem de 23 anos foi assassinado. A polícia intensificou o patrulhamento no local.

Violência contra paciente em posto de saúde em Tamoios

Por Tânia Rodrigues








A violência, lamentavelmente faz parte do nosso cotidiano. Não sabemos quando e onde seremos brutalizados ou estaremos à mercê de pessoas descontroladas. Mas uma coisa é certa: não esperamos esse tipo de ações quando levamos nossos filhos (crianças, jovens ou adultos) ao médico. Queremos sair do consultório com a esperança de que tudo vai melhorar e nosso ente querido foi bem tratado.

Infelizmente não foi isso que aconteceu com Dalva José dos Reis, 67, que no dia 20 de outubro levou sua filha Doilsa José Ferreira, 41 anos, que sofre de problemas mentais a uma consulta que faz regularmente no Posto de Saúde da Família Unidade Nova Califórnia, em Tamoios. Dalva foi informada pela funcionária Cíntia Maria Passos da Silva de que o médico não daria consulta naquele dia porque estava doente e não tinha como resolver o problema de sua filha.

Dalva ficou preocupada com a possibilidade de sua filha Doilsa ficar sem os medicamentos controlados, que só podem ser liberados pelo posto com a autorização médica e retornou para casa preocupada, a filha ouviu suas reclamações e imediatamente foi ao posto.

- A Cíntia gritou comigo, disse que esperasse a chegada do médico para liberar o medicamento. Essas atitudes são comuns porque eles sabem que eu trabalhei na campanha para o Deputado Alair Corrêa, adversário do prefeito Marquinho Mendes. Por isso, sempre trata a gente mal, o que é um erro, política é uma coisa e saúde é outra, disse Dalva.

No posto, Doilsa foi agarrada por quatro pessoas e brutalmente agredida por unhadas, imobilizada por um golpe conhecido como “gravata” no pescoço, que a deixou sem condições até de respirar. Segundo Doilsa, Cíntia tentou agredi-la com um tapa e chegou a pegar uma cadeira para arremessar contra ela.

Os funcionários do posto, resolveram chamar a polícia, quando, na verdade, deveriam convocar os Bombeiros para controlar a paciente com problemas mentais e conduzi-la a um hospital para ser medicada, já que não havia médicos no Posto de Saúde.

Os policiais, Cabo Arruda e soldado Lafayete, do DPO de Unamar, foram ao local e ouviram a versão das partes. Cíntia e outra funcionária, Mônica Alves de Oliveira, se consideraram as vítimas, alegaram terem sido agredidas por terceiros e foram conduzidas à Delegacia de Cabo Frio, onde foram atendidas pelo detetive Alessandro.

Na delegacia, onde foi registrada a ocorrência 6742/10 para apuração do fato, os policiais consideraram uma “verdadeira palhaçada” a atitude dos funcionários do Posto de Saúde da Família Unidade Nova Califórnia.

Doilsa não foi medicada, a mãe, está preocupada em voltar ao posto e ser maltratada outra vez e ver a filha sem medicamentos. O posto, por livre e espontânea vontade dos funcionários foi fechado, com um cartaz informando de uma suposta perícia policial no local e com demonstração de truculência dos funcionários que não pouparam também a língua portuguesa. No cartaz lia-se: Aviso! Esta unidade está fechada por motivo de perícia. (Agreção a uma funcionária “física”). Obs: Agreção física e verbal.

Cansada de tanta agressão e tanta violência, encerramos aqui a reportagem aguardando que Doilsa possa ser atendida condignamente, receba seus remédios, sua mãe seja respeitada como idosa, que haja sempre médico de plantão no posto, que as funcionárias aprendam a tratar e respeitar as pessoas, que a polícia investigue e a Justiça seja cumprida.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Copiado do Site da ABI.
PRIMEIRA PÁGINA

O JB que nós amávamos

José Reinaldo Marques e Renan Castro
22/10/2010

A memória do Jornal do Brasil não se apagou, nem se apagará. Esta foi a conclusão do seminário “O JB que nós amávamos”, que, nos dias 20 e 21 de outubro, reuniu várias gerações de jornalistas e estudantes de Jornalismo, para falar sobre a importância histórica e do apogeu do diário de 119 anos, cuja última edição impressa circulou no dia 31 de agosto de 2010.

O debate também abordou outros temas, como a origem da crise que atingiu o JB — que também ameaça os demais veículos de imprensa —, a saída para o on-line e o futuro do jornal impresso. O encontro foi realizado no Auditório Oscar Guanabarino da ABI, que dividiu a coordenação do evento com o Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (IACS).
O fim da edição impressa do Jornal do Brasil, que para alguns já era uma espécie de “morte anunciada”, na avaliação de outros desencadeou uma série de reações positivas em benefício da sua memória, forçando uma reavaliação da mídia impressa, tanto do ponto de vista da prática jornalística, quanto da ótica da gestão.

Na opinião geral dos participantes, o seminário não só reafirmou o JB como um dos maiores veículos de imprensa do Brasil, como também proporcionou a realização de um rico debate sobre os novos rumos da impressa do País. Como disse Alberto Dines — um dos responsáveis pelo êxito histórico alcançado pelo Jornal do Brasil — “se considerarmos que a vida tem limites, oJB morreu. Mas ao mesmo tempo está vivo. Temos que revivê-lo. Há muita lição a ser aprendida na sua história”, afirmou o jornalista.
Abertura
A abertura do seminário coube à professora de Jornalismo da UFF, Silvia Moretzsohn, e ao Presidente da ABI, Maurício Azêdo. Ela disse que um dos objetivos da reunião era fazer “com que os mais jovens conhecessem a importância do JB e que os jornalistas mais antigos, como eu, que trabalharam no jornal nos anos 60, 70 e 80 pudessem recordar algumas passagens da sua vida profissional e da História do País”.

Maurício Azêdo revelou a sua satisfação com a grande presença do público jovem na platéia. E disse que uma das metas que a ABI pretende alcançar é atrair jovens jornalistas para o seu quadro social:
— A ABI se sente muito confortada com a presença de vocês, porque um dos desafios diante dos quais se encontra esta centenária Associação Brasileira de Imprensa é exatamente atrair os jornalistas jovens e os estudantes de comunicação para as atividades da Casa, porque é esse público que vai garantir a continuidade e a perpetuação da nossa instituição ao longo do tempo, afirmou o Presidente da ABI.

Ele ressaltou que o tema do seminário era um assunto de grande interesse para a ABI, porque oJornal do Brasil foi, ao longo de meio século, “o paradigma da melhor qualidade de jornalismo que se fazia no Rio de Janeiro e no Brasil”. O Presidente falou também que tanto ele quanto os membros da ABI tinham “uma relação afetiva muito forte com o JB”. E mencionou os testemunhos que os jornalistas Ancelmo Gois e Sérgio Cabral deram antes do final da versão impressa do jornal:
— O Ancelmo Gois mais de uma vez tem evocado a sua aventura de menino sergipano, que todo fim de tarde, junto a outros companheiros, ia ao aeroporto de Aracaju receber com sofreguidão a remessa que o Jornal do Brasil mandava para o seu estado natal. O Sérgio Cabral, quando o jornal ainda não havia enveredado pelo precipício que o levou ao seu fim, disse sem pestanejar que se ganhasse na Mega Sena compraria o JB para salvá-lo da extinção, afirmou Maurício provocando risos da platéia.
Em seguida foi exibido o documentário “Um moço de 74 anos”, de Nelson Pereira dos Santos, com narração de Alberto Cury. O filme é uma homenagem ao septuagésimo quarto aniversário do jornal, e reúne imagens preciosas da produção do diário nos anos 60. Trata-se de um documento importante que mostra o dia a dia da Redação e da oficina do Jornal do Brasil , na sua antiga sede, localizada na Avenida Rio Branco, nº 110, no Centro da cidade.
História


No primeiro dia do seminário foram debatidos os seguintes painéis: “Evocação e análise”, com o professor de Jornalismo Gráfico da UFF, Ildo Nascimento; e “Um jornal que fez história”, cujos palestrantes foram os jornalistas José Silveira, Ana Arruda Calado, Cícero Sandroni e Wilson Figueiredo. O tema foi abordado também por Alberto Dines, por videoconferência. A mediação foi do professor João Batista de Abreu (UFF).

Ildo Nascimento fez uma apresentação do seu trabalho de pesquisa sobre a reforma gráfica que o JB realizou nos anos 50 — comandada pelo artista gráfico Amílcar de Castro —, que se tornou uma referência da imprensa nacional e acabou sendo copiada pela maioria dos grandes jornais do Brasil: “A reforma foi um processo no dia a dia do jornal, pois não havia tempo para uma mudança radical. Os primeiros passos da reforma ocorreram de uma sexta para a terça-feira da semana seguinte”, contou o professor.
De acordo com Ildo Nascimento, as primeiras experiências de mudanças gráficas doJornal do Brasil ocorreram nas administrações de Joaquim Nabuco e Ruy Barbosa. Uma delas na primeira página se tornou famosa, na edição sobre o falecimento de D. Pedro II, que Ildo considera graficamente interessante, “pois utilizava fio e tarja em volta da página, coisa que não era comum naquela época, principalmente em homenagens póstumas”.

No final do século XIX, surgiram outras mudanças. Foi quando o jornal passou sofrer popularização, com notícias policiais na primeira página, desenhos e festas populares:
— Na virada do século, o Jornal do Brasil era um veículo graficamente e visualmente muito interessante. Com muitos desenhos. Foi nesse período que surgiu a tradição da sátira da caricatura, da ilustração jocosa do jornal. Com o fim da Segunda Guerra Mundial o custo do papel estava muito alto e o JB foi hipotecado. Acabou sendo vendido para o Conde Ernesto Pereira Carneiro, que era casado com uma moça chamada Maurina, que mais tarde teve um papel importante na grande reforma do jornal nos anos 50.
Mérito
Alberto Dines disse que o grande mérito do JB é que ele não teve períodos, ou seja, não ocorreram mudanças na composição da Redação que afetassem a continuidade do projeto de reforma: “Vários grupos de jornalistas vieram para o Jornal do Brasil de 1956 até fins dos anos 80, mas mantiveram o mesmo padrão”, lembrou o jornalista.
Dines disse que um dos aspectos importantes da edição do Jornal do Brasil era ser um veículo contínuo, comportamento que ele enxerga como demonstração de respeito ao leitor:
— O leitor quer encontrar um jornal apaziguado. O JB encontrou esse milagre: dos anos 50 à década de 90 manteve um padrão de excelência. O que mata a nossa imprensa são os surtos messiânicos, quando aparece um Messias que muda tudo achando que está avançando, mas está regredindo. No JB, cada um chegava com a sua bagagem pessoal, mas o projeto era único.

Outro aspecto importante é que o jornal era um fenômeno eminentemente carioca. O Rio era a cidade de muitos ecos, inclusive políticos. “O Rio de Janeiro, apesar de não ser mais a Capital, era o centro do Brasil”, afirmou Dines, acrescentando que “a imprensa carioca precisa perceber que precisa se revitalizar, mas fazer o mesmo com o Rio de janeiro, porque, sem isso, fica-se numa coisa artificial”.

Um pensamento defendido por Alberto Dines é de que um jornal é uma organização de estudo que se desenvolve por meio do aprendizado. Segundo ele, o Jornal do Brasil percebeu isso quando começou a administrar cursos de jornalismo, organizados pelo Departamento de Pesquisa:
— O Gabeira foi um dos primeiros nessa função quando era editor, depois Roberto Quintaes. Em seguida fizemos os cadernos de jornalismo. Então era um jornal voltado para o aprendizado, para o aperfeiçoamento. Eu acho isso extremamente importante, porque se um jornal não se aperfeiçoa, se as pessoas não o enxergam como uma organização de aprendizado não vão se apegar e fazer com que o veículo transmita conhecimento, afirmou o ex-editor do JB.

Ele lembrou que no antigo JB as equipes se ligavam, as gerações se completavam. Na sua opinião, um jornal não pode ser feito apenas por um grupo, com uma geração apenas:
— Um jornal não pode ser feito apenas por uma geração senão ele fica falando com um grupo etário, quando deveria falar para todos eles. Esse talvez seja um dos grandes problemas da imprensa brasileira e da mídia de maneira geral, que são feitas por uma geração apenas.

O Jornal do Brasil era um conjunto de gerações que se sucederam e se completaram, disse Alberto Dines. Primeiro com o grupo de 1956 e depois os outros:
— São dados que não podem ser perdidos de vista. Hoje se pratica um jornalismo onde a relação já não tem importância. No JB era ao contrário, porque a Redação podia ser mal instalada e desconfortável, mas ali havia vitalidade, centelhas e eletricidade coletiva. Jornal é isso. Não adianta querer fazer um jornal inteligente se as inteligências não se aproximam.

O jornalista gaúcho José Silveira trabalhou no JB por mais de 20 anos, onde ocupou o cargo de Secretário de Redação, em dois períodos. Ele reforçou o que já havia sido dito por Alberto Dines anteriormente sobre o espírito de unidade da Redação do jornal. Ao se referir à sua passagem pelo diário, disse que percebeu que havia ali a compreensão “de que o jornalismo é um aprendizado diário, uma vez que os fatos não se repetem da mesma forma”.
Disse que para se obter êxito na produção de um jornal, como aconteceu com oJornal do Brasil, é preciso lembrar que “o diálogo tem que existir entre todos os elementos da Redação e aqueles que fazem o prosseguimento dela”. Segundo ele, esse era o espírito da equipe com a qual trabalhava:
— A reforma foi feita pelo Amílcar e o Jânio, que eram os mais centrados deles e criaram uma filosofia de comportamento que, quem veio depois deles como o Dines, pôde fazer um jornal com a competência das suas intelectualidades. Quem viesse manteria o mesmo jornal, fazendo modificações que eram quase imperceptíveis, disse José Silveira.

Um outro dado importante destacado por José Silveira é que todos os grandes jornais como oEstadão e a Folha de S.Paulo, onde ele também trabalhou depois que saiu doJornal do Brasil, é que a reforma gráfica do JB “foi tão copiada que o próprio jornal passou a copiar o que era copiado dele” (risos).
Encerrando a sua participação, Alberto Dines mandou um recado aos pesquisadores e aos estudantes de jornalismo, que estavam na platéia:
— O esforço dos biógrafos é examinar tudo o que aconteceu. O JB representou a inteligência do Rio, porque ele mesmo era fruto dessa inteligência. Renascer o Jornal do Brasil é o trabalho das novas gerações. Nós já fizemos nossa parte. Boa sorte!”
Diploma

Ana Arruda Calado era uma jovem recém-formada em Jornalismo quando foi contratada para trabalhar no Jornal do Brasil, onde ingressou como estagiária. O
chefe de Redação naquele momento era Odylo Costa, filho e Wilson Figueiredo, chefiava a reportagem. Disse que comentar esse período é sempre uma grande emoção:
— Falar do JB é sempre um prazer porque é aquele jornal que deixa saudade, com um agravante, pois foi o primeiro jornal no qual trabalhei. E o primeiro jornal a gente nunca esquece — lembrou Ana Arruda.

Em tempos em que a categoria de jornalistas briga pela defesa do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, Ana Arruda Calado contou uma história curiosa:
— Eu tinha cursado Jornalismo na Faculdade de Filosofia, que era uma coisa muito rara naquele tempo. Meus colegas, por exemplo, só a Mary Ventura havia se formado também em jornalismo. Os outros todos eram funcionários públicos que faziam curso superior para obter promoção. Não tinham o menor interesse em jornal. Eu fui aconselhada a não dizer que tinha feito a graduação.

Ana Arruda recordou que ingressou como estagiária no JB em 1º de abril de 1958. Passou quatro anos no jornal, que ela diz terem sido maravilhosos. Disse que uma das coisas importantes que ela apreciava na Redação do JB é que não havia comportamento ditatorial por parte da chefia:
— Eles estavam ali para ajudar e ensinar e não para mandar os repórteres fazerem coisas absurdas. O repórter podia ter idéias. Eu dei sugestões sobre muitas reportagens que eu fiz, inclusive inaugurei uma coisa que estava meio esquecida que era a reportagem de arquivo. Fiz uma série de matérias sobre a reforma agrária, que me obrigou a freqüentar muitos dias a biblioteca da Câmara dos Deputados, que ainda era no Rio, lendo todos os projetos sobre o tema que tinham sido apresentados desde o Império.

Ela disse que uma das coisas que gosta de lembrar do tempo em que foi repórter noJornal do Brasil era o trabalho em equipe:"Repórteres, motoristas e fotógrafos se ajudavam mutuamente". Na sua opinião, este foi o contexto que consolidou a história do jornal.
Liberdade
Na opinião do jornalista Cícero Sandroni, que é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), falar da história do Jornal do Brasil na primeira metade do século XX tem muito a ver com liberdade de imprensa, que existiu no Brasil durante o Segundo Império:
— No tempo de D. Pedro II a imprensa era totalmente livre de censura. Inclusive quando abordavam esse assunto com o Imperador ele dizia o seguinte: “Se eu censurar os jornais, como vou saber o que os meus ministros fazem?”
Para Cícero Sandroni, com a República é que começaram os atentados contra a liberdade de imprensa, e “o Jornal do Brasil foi um dos mártires desses atentados”. Na sua opinião, “o JB não morreu por causa da internet, ele acabou por outras razões e não por força da web. Foi vítima de péssimas administrações”, disse o Acadêmico.
Wilson Figueiredo destacou que o sucesso do JB se deve à jovialidade da equipe de jornalistas que produzia o jornal:
— Eu acho que muito do sucesso que foi o Jornal do Brasil se deve à mocidade dos seus repórteres, editores e redatores, que foram se revezando. Em menos de 40 anos o jornal fez toda a sua fama. O que me impressiona nessa juventude é que ela representava a quebra do padrão tradicional de se fazer jornal de uma maneira formal e cheia de amarrações. Quase todos os jornais daquela época (anos 50) tinham um livro com os nomes que eram proibidos de serem citados. O Correio da Manhã tinha essas listas e o Jornal do Commercio também.
Outra revolução promovida na imprensa pela equipe do Jornal do Brasil foi com a maneira de escrever, da apresentação da matéria, acabando com o chamado nariz de cera:
— Isso o JB quebrou brilhantemente com um bando de repórteres novos. Isso foi importante porque se o jornal pensava que tinha um projeto, ele tinha um sonho que vinha sendo adiado até que um belo dia aconteceu de maneira improvisada, sem planejamento.
Sem planejamento porque segundo Wilson Figueiredo o seu colega Odylo Costa, filho não era homem de planejar, “era uma pessoa de inspiração e de improviso”:
— Ele fez uma mistura que acabou dando certo, embora tenha custado uma demora da organização da Redação. Esse talvez tenha sido o grande pecado do Odylo, não ter sido o organizador daquilo que ele criou com espírito de liberdade. Naquele tempo ainda havia uma restrição, que era o próprio jornalismo formal, com textos cheios de mesuras, afirmou Wilson.

Wilson Figueiredo falou com entusiasmo que o JB quebrou uma série de paradigmas na imprensa brasileira, a partir dos anos 60:
— O jornal criou uma irreverência de teorias, que se consagrou quando lançou o “Caderno B”, que prestigiava as coisas do Rio de uma maneira diferente dos outros jornais da época. O carnaval ganhou uma página inteira passou, com a história das figuras que passavam pelas escolas de samba, os compositores, os cantores. O jornal começou a usar isso como matéria viva e não como texto de favor, contou o ex-Diretor de Redação.
Acervo
Na segunda mesa do dia, entitulada “Jotabenianos: a memória afetiva e a política da redação”, contou com a participação de Sandra Chaves, Alfredo Herkenhoff, Agnaldo Ramos, Flávio Pontes, Romildo Guerrante e Evandro Teixeira, que contaram boas e velhas histórias, e lamentaram a situação atual do jornal. Apesar disso, manifestaram seu sentimento, que a princípio permanece vivo dentro de cada “ex-jotabeniano” daquela época.
Sandra Chaves, autora do blog ÁlbumJotaBeniano, contou como surgiu a ideia, a partir de uma foto enviada peã colega Tânia Rodrigues, que despertou nela a vontade de reunir outras fotos históricas da época de ouro da redação. A plateia presenciou depoimentos emocionantes de cada um, e uma exibição de fotos históricas e marcantes de Evandro Teixeira.
O veterano repórter-fotográfico Evandro Teixeira apresentou uma seleção das melhores fotos que produziu ao longo dos 47 anos em que trabalhou para o jornal. Disse que tem muito orgulho de ter feito parte da bem-sucedida trajetória da fotografia no Jornal do Brasil, cujo acervo “é um dos mais importantes da imprensa brasileira”:
— O JB sempre foi o berço do jornalismo brasileiro e da fotografia em especial. Por ali passaram grandes jornalistas e fotógrafos. Trata-se de um veículo soube valorizar a fotografia, afirmou Evandro.
“A primeira página do Jornal do Brasil era a vitrine do jornalismo nacional”, afirma Evandro Teixeira, acrescentando que o veículo sempre teve o brilhantismo de mostrar da melhor maneira a realidade dos fatos, “desde os dramas de enchentes, problemas sociais no Brasil e no mundo, até o carnaval”.
Evandro Teixeira falou que aprendeu muito de fotografia trabalhando no JB. Fez coberturas importantes como Copas do Mundo, Olimpíadas e as visitas da Rainha Elizabeth e do Papa João Paulo II ao Brasil. Acha difícil indicar qual teria sido a sua melhor foto, mas deixa escapar que sente uma emoção diferente com a cobertura da morte do poeta Pablo Neruda:
— Aconteceu durante uma reportagem que eu fui fazer sobre golpe militar no Chile, em 1973, onde eu tive a honra, o prazer, alegria e a tristeza ao mesmo tempo de ter sido o único fotojornalista a fotografar o Neruda morto. O JB me proporcionou tudo isso. Ali eu vivi momentos importantes da expressão do fotojornalismo.
Filme

O segundo dia do seminário “O JB que nós amávamos”, começou com discurso do Presidente da ABI Maurício Azêdo, sobre a importância do evento e a responsabilidade dos jovens estudantes presentes, pelo que será do Jornalismo nas próximas décadas. Em seguida, foi exibido o programa do Observatório da Imprensa de 20 de Julho deste ano, sobre o fim da versão impressa do Jornal do Brasil.

Após o programa, a plateia assistiu ao vídeo “Av. Brasil, 500”, de Rogério Reis, com fotos da antiga sede do jornal na Avenida Brasil, ao lado de fotos históricas da redação ainda em funcionamento.

A primeira mesa de debates do dia teve como mediador Gilberto Menezes Cortes, e a participação de Paula Máiran, ex-repórter do JB, Suzana Blass, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, e Nilo Dante, que trabalhou no jornal em diversas épocas diferentes, inclusive durante a reforma gráfica do jornal na década de 50.

Menezes Cortes abriu a discussão sobre “As Origens da Crise” lembrando do início da perda de leitores jovens e da concorrência desleal do O Globo nos classificados. Ele falou também das consequências da redução de profissionais na redação e de correspondentes internacionais, que chegaram a ser 15 no Jornal do Brasil. Cortes também criticou o jornalismo preguiçoso feito na internet, e fez uma crítica: “Jornalismo acomodado não existe”, disse.

Paula Máiran, que começou justamente pelos classificados, contou um pouco de sua trajetória no jornal, e os sintomas da crise que presenciou durante a década de 90, até seu pedido de demissão em 2002. Ela criticou a falta de planejamento e ações de marketing do veículo, além da soberba de não aceitar diminuir o preço dos anúncios. Segundo ela, esses fatores, aliados à tática agressiva de O Globo e desvios financeiros de funcionários do próprio jornal, contribuíram diretamente para a falência do jornal como era.

Nilo Dante, através de exposição de imagens sobre a história e o futuro da imprensa, citou problemas atuais, com críticas e comentários. Ele falou sobre questões cruciais para a decadência não só do JB, mas também da circulação de outros jornais impressos no Brasil. Para ele, a crise começou em 1983 e se agravou pela “administração inepta e predadora”. Classificou ainda os donos de jornais de hoje como “senhores feudais da informação”.

Paula ainda mencionou fatos importantes como o elitismo e o racismo presentes em sua época de JB, na qual ainda existia a proibição de fotos de negros na primeira página, por exemplo. Em um encerramento esperançoso, ela levantou alternativas para salvar o jornal, e disse ainda acreditar em uma mudança, como destacou: “Nada deve parecer natural, e nada deve parecer impossível de mudar”.
On-line

A segunda mesa de debates do dia 21 foi sobre o futuro do jornal impresso. Contou com a presença por vídeo conferência de Ricardo Gandour, diretor de conteúdo doGrupo Estado; Caio Túlio Costa, ex-Folha de S. Paulo, professor universitário e consultor em novas mídias; e Rosental Calmon Alves, professor da Universidade do Texas, e um dos que inovaram ao colocar o JB na internet em 1995. Pessoalmente, participou da mesa Orivaldo Perin, editor executivo doGlobo, também ex-Jornal do Brasil.

O discurso dominante da mesa foi sobre a necessidade de reinvenção do jornal impresso, a partir de novas formas de abordagem, gestão e de adaptação à nova configuração atual da informação e comunicação. Gandour sustentou a necessidade da convivência e convergência entre as diferentes plataformas, sem abandonar nenhuma totalmente. Defendeu também um novo modelo de gestão empresarial, adaptado às novas tecnologias como os Tablets e Ipads, pelo alto custo agregado da produção de um jornal impresso.

Caio Túlio concordou com Gandour sobre a necessidade de uma nova lógica empresarial, e alertou para o desafio enfrentado atualmente das mídias interativas e o “jornalismo colaborativo”, que deu às pessoas o poder de jornalistas. Tal novidade, segundo Caio, faz com que a prática jornalística seja repensada, em termos de apuração e credibilidade. Perin apontou para a possibilidade de o jornal se tornar apenas um curador de notícias dentro desse cenário.

Rosental, por sua vez, chamou atenção para o que classificou de “enorme revolução sem paralelos na história da humanidade”, que diz respeito à grande quantidade de informação a que estamos expostos hoje. Ressaltou ainda que não se deve ignorar tais mudanças, e aposta nas mídias sociais como possibilidade de democratização da informação.

Para ele, apesar da imensa desigualdade social ainda existente no Brasil, as novas tecnologias digitais podem ser entendidas como uma ferramenta de inclusão e não de exclusão social. E dá o exemplo do aumento do número de celulares adquiridos por pessoas mais pobres.

Orivaldo Perin comentou que mesmo com a queda de circulação, o jornal impresso ainda representa 95% do faturamento do O Globo, apesar do crescimento da participação da Internet nos últimos anos, e do sonho de qualquer dono de empresa de informação de ter um veículo sem a base industrial, para diminuir os custos.

Futuro


Em sua avaliação sobre os novos rumos do Jornalismo, Rosental concluiu que “o jornal impresso sozinho está morto. Dependerá da criação de uma nova estrutura não centralizada no papel, capaz de entender a nova lógica”. Acrescentou também o advento das redes sociais como oTwitter, no processo de integração entre a internet e o jornalismo como um todo.

Perin citou a integração física das redações do impresso e do on-line no O Globo como exemplo de tendência para o futuro. Mas levantou o contraponto de que a internet também não sobrevive sem a credibilidade das grandes empresas de comunicação, que trazem maior quantidade de acessos a seus sites: “Os grandes portais de informação têm por trás uma marca de papel”, afirmou o jornalista.

Rosental prevê que o jornal no papel não desaparecerá, assim como não desapareceu após o surgimento da TV e do Rádio. O desafio de agora é se adaptar à web e às outras mídias digitais:
— O jornal vai continuar uma tendência que já vinha tendo nas últimas décadas de ser mais analítico e explicativo, mais prazeroso de ler, como as revistas semanais faziam, afirmou.

Sobre essa mudança, Orivaldo Perin acrescentou que deve ser cuidadosa, e se adaptar ao novo tipo de leitor. Outra transformação essencial citada pelo editor doGlobo foi sobre a visão dos anunciantes, ainda muito dependentes da mídia impressa.