quarta-feira, 24 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Sex, 12 de novembro de 2010 11:05 |
Marcelo Freixo O que me traz a essa tribuna é um tema que voltou à pauta. Mas não voltou à pauta em função das políticas públicas, em função das ações de Governo. Voltou à pauta em função de um filme que faz muito sucesso hoje nos cinemas. O tema das milícias, antes esquecido e, durante as eleições, pouco lembrado, voltou à pauta da sociedade. O filme Tropa de Elite 2 traz o tema da milícia novamente ao debate do Rio de Janeiro e agora para o Brasil inteiro. Mais de oito milhões de espectadores já assistiram ao filme. É um recorde e, provavelmente, o será de todos os tempos se atingir 12 milhões de espectadores. Parabéns ao Padilha, aos atores e todos da produção, foi um belíssimo filme e uma belíssima contribuição.Senhores Deputados, quero dizer que o tema das milícias foi muito discutido nesta Casa no ano de 2008. Em 5 de fevereiro de 2007 eu apresentei um requerimento para abertura de uma CPI para investigar a ação das milícias. Fevereiro de 2007. Nós só conseguimos abrir essa CPI em junho de 2008. A CPI sequer havia sido publicada nesta Casa, aliás, como está acontecendo agora com o meu pedido de CPI da área de Saúde que também não publicam. A Mesa Diretora atribui a si um papel que não tem: o de não publicar o pedido de um deputado feito nos trâmites legais da Casa. Nós só conseguimos abrir a CPI que investigou a ação das milícias, depois que uma equipe do jornal O Dia foi barbaramente torturada na Favela do Batan. Depois que isso ocorreu, nós conseguimos, diante de uma pressão muito forte, principalmente dos meios de comunicação, abrir a CPI das Milícias. Essa CPI levou seis meses. Nós a concluímos no dia 10 de dezembro de 2008. Nesse sentido, está aqui na minha mão um relatório, que e eu o trago a fim de retomar a memória do Parlamento. Tal relatório foi aprovado por unanimidade nesta Casa e tem, não apenas o mapa das milícias ou como elas funcionam, mas também quais são os seus braços econômicos, a relação do braço político com o braço econômico, o domínio de território. É um relatório que foi uma belíssima contribuição do Poder Legislativo - não é do deputado a, b, ou c - para a sociedade. Não é à toa que é uma CPI que entra para a história do Parlamento, porque se nós pegarmos o cronograma das prisões dos milicianos, a CPI ganha muito valor. No ano de 2006 foram presos cinco milicianos apenas. No ano de 2007, já no Governo Sérgio Cabral, foram presos apenas 24 milicianos, um número muito tímido para o primeiro ano de Governo. O ano de 2008 foi o ano da CPI, principalmente no segundo semestre o aumento de prisões é considerável, chegando a 78 no ano de 2008. No ano de 2009, com o relatório já concluído e com a mudança muito substancial do olhar da opinião pública, esse número de prisões vai para 275. Então, saímos de 2007 com 24 para 275 prisões em 2009. É evidente o que muda a opinião pública, o que muda a situação das milícias no Rio de Janeiro é o trabalho feito pelo Poder Legislativo; foi a CPI, não foi um estalo de luz do Governador, não foi nenhum momento iluminado do Governador em que ele resolveu enfrentar as milícias. Ele foi levado a isso. Que bom! A Draco, principalmente a Draco - Delegacia de Repressão do Crime Organizado - fez um belíssimo trabalho no enfrentamento às milícias, na investigação, valendo-se do relatório feito por este Parlamento. Pois bem, desde o início avisávamos que as milícias tinham uma estrutura de máfia no Rio de Janeiro. Por quê? Agentes públicos dominando territórios, fazendo com que a sua lucratividade fosse enorme. Para que tenha uma ideia, só no domínio das vans, uma das milícias que conseguimos quebrar o sigilo e investigarmos, o faturamento era de 170 mil reais por dia - 170 mil reais por dia de faturamento de uma única milícia. Esse é o dinheiro que compra armas e que compra gente, que compra pessoas. O poder dessas milícias era crescente. E avisávamos desde aquele momento que não bastaria a prisão dos seus líderes, mesmo que fossem líderes importantes - um deputado, alguns vereadores. Sabemos que as prisões foram prisões significativas dos líderes milicianos. Mas a milícia é uma estrutura de máfia, a milícia domina territórios e tem braços por dentro do Estado. Cansaram de nomear diretores de escolas, quem controlava Posto de Saúde. A milícia é o crime organizado por dentro do Estado. Aliás, crime organizado em qualquer lugar do mundo é sempre dentro do Estado, não é fora. E nesse sentido apontávamos que não bastaria a prisão dos líderes. Esse relatório da CPI, o relatório aprovado aqui na Assembleia Legislativa tem 58 propostas concretas para o enfrentamento das milícias. Cinquenta e oito propostas! Esse é um documento que pertence a todos os deputados, esse documento pertence ao Estado, é um documento do Poder Legislativo aprovado nesta Casa. Essas 58 propostas não foram cumpridas pelo governo estadual. Não adianta o Governador Sérgio Cabral dizer que enfrenta as milícias, que enfrentou as milícias, que o filme Tropa de Elite 2 não é dos dias de hoje e sim dos dias de ontem porque os líderes foram presos. É verdade que os líderes foram presos, mas isso não basta e as milícias continuam crescendo. O número de milícias hoje no Rio de Janeiro é maior do que havia na época da CPI. O número de territórios dominados por milícias hoje é maior do que o número de territórios dominados pelo varejo da droga. A milícia é o que há de mais organizado em termos de crime que está colocado nas ruas do Rio de Janeiro. É máfia, é estrutura de máfia, tem projeto de poder. É verdade que não conseguiram ter bom resultado nessa eleição porque a sua imagem pública foi muito desgastada, porque o discurso moralista do mal menor se desfez, mas os seus braços econômicos continuam mantidos. Este relatório foi entregue pelos membros da CPI, Deputado Luiz Paulo, nas mãos do Prefeito Eduardo Paes. Solicitamos ao Prefeito Eduardo Paes que a licitação das vans fosse feita individualmente e não por cooperativas. O Prefeito acaba de fazer licitação por cooperativas e não individualmente. Solicitamos que a Agência Nacional de Petróleo que é responsável pela fiscalização da distribuição do gás ampliasse a sua rede de fiscais. Deputados Rodrigo Neves e Luiz Paulo, sabem quantos fiscais da Agência Nacional de Petróleo trabalham no Rio de Janeiro? Cinco. Cinco fiscais! Isso é uma piada. A Agência Nacional de Petróleo tem enorme responsabilidade sobre o crescimento das milícias porque, afinal de contas, o braço do controle, da distribuição e da venda dos botijões de gás é importantíssimo. A milícia é um projeto econômico, a milícia é um projeto financeiro, não é um grupo de justiceiros. Nesse sentido se não cortarmos os braços econômicos eles não serão vencidos, vão continuar crescendo e não adianta o Governador falar meia verdade, dizendo que os líderes foram presos. Foram presos e as milícias continuam muito bem, obrigado. Continuam funcionando, continuam ampliando nos territórios, continuam matando gente à luz do dia. As Zonas Oeste e a Norte estão completamente dominadas pelas milícias. Nesse sentido acho que a responsabilidade da cobrança sobre o Governador é de todo Parlamento, porque esse é um relatório que não pertence aos deputados que fizeram parte da CPI. Esse relatório pertence ao Poder Legislativo, foi aprovado por todos os deputados desta legislatura. Por todos: não houve qualquer voto contrário. Então, nesse sentido nós, do Poder Legislativo, temos que cobrar do Governador, para o bem da democracia e para o bem do estado democrático de direito. É inadmissível o que está acontecendo, enquanto o Governador finge que as milícias não existem e diz que isso é coisa do passado, porque suas lideranças foram presas. Foram presas porque houve um belo trabalho do Parlamento e porque houve um belo trabalho da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado. Mas continuam funcionando. E vão crescer e vão voltar a eleger pessoas no Rio de Janeiro. Vão voltar a eleger pessoas no Rio de Janeiro. Não conseguiram desta vez porque o desgaste ainda é muito recente. Mas vão voltar a eleger políticos no Rio de Janeiro. É uma questão de tempo. E nesse sentido é bom dizer que o projeto das UPPs de longe não resolve o problema. E me estranha muito o Governador tentar simplificar o debate sobre Segurança Pública, dizendo que o Rio de Janeiro é outro porque tem UPPs. São mais de mil favelas no Rio e as UPPs não chegam a 13 delas. Eu estive hoje no Chapéu Mangueira e na Babilônia. Além da polícia, não há lá qualquer braço do Estado. A creche mal funciona, com o salário atrasado das professoras, o que a Prefeitura não assume. O posto de saúde não tem nenhum médico, nenhum dentista da rede pública do Estado. É mais uma vez a lógica exclusiva da polícia nas favelas - e somente a polícia. O mapa das UPPs é revelador, o setor hoteleiro da Zona Sul, o entorno do Maracanã, a Zona Portuária e a Cidade de Deus - única área dominada pelo tráfico em toda Jacarepaguá, que tem o domínio hegemônico das milícias. A UPP é um projeto de cidade. A UPP é um projeto que viabiliza um Rio de Janeiro desejado para os Jogos Olímpicos, onde determinados territórios são escolhidos para um projeto de cidade. Não é um projeto de Segurança Pública! E eu estranho o silêncio desse governo em relação às milícias, dizendo que o Rio está pacificado, diante do crescimento das milícias. E por quê? Por que, indiretamente, nas entrelinhas, o Governador voltou a acreditar que as milícias representam um mal menor? É isso que está sendo dito, porque as UPPs não chegaram às áreas de milícia? Isso o Governador vai ter que explicar. E a gente está aqui para cobrar. [Pronunciamento de Marcelo Freixo no plenário da ALERJ na terça-feira, 9 de novembro de 2010] |
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Foi concedida semana passada uma liminar pela 14ª Vara de Fazenda Pública, a pedido do deputado estadual João Pedro, suspendendo a exigência da vistoria anual de veículos pelo DETRAN. Para o Poder Judiciário apenas a União (Governo Federal) pode legislar sobre o trânsito, tornando a vistoria ilegal!
O Rio de Janeiro é, ou era, o único estado a ter a vistoria que, convenhamos, se no início ainda verificava alguma coisa, nos últimos anos só se tornou uma obrigação chata. Há um projeto na ALERJ que previa o fim da vistoria e cria o “Licenciamento Eletrônico de Veículos no Estado do Rio deJaneiro, acabando com a vistoria e a população poderia fazer tudo pela internet, ao renovar os documentos do veículo.
Leia a liminar completa:
Trata-se de demanda em que o impetrante objetiva o
licenciamento do veículo sem a realização da vistoria.
Conforme se constata da Constituição da República em seu artigo 20, XI, compete exclusivamente à União legislar sobre trânsito, o que fez com a edição do Código de Trânsito.
Desta forma, para melhor desempenho e organização
estabeleceu-se que o CONTRAN regulamentaria algumas situações, dentro elas o sistema de licenciamento.
Ocorre que a Resolução nº 84/1998 do CONTRAN que estabelecia a vistoria como exigência obrigatória para o licenciamento do automóvel, foi suspensa pela Resolução nº 107/99 impedindo a sua aplicação desde esta data. Frise-se que o Código de Trânsito não exige a vistoria, o que impede a edição de Resoluções e Portarias como forma de restringir direito.
Os atos administrativos não podem ampliar matérias que não estejam disciplinadas em Lei, sob pena de burlar o comando constitucional. No Estado do Rio de Janeiro, em regra, são as Portarias e Resoluções que disciplinam todas as controvérsias referentes à regularização dos veículos, procedimento inadequado e que atinge o usuário do serviço.
Ressalte-se que a exigência da autarquia possui interesse duplo, pois ao exigir a vistoria, por via transversa, impõe o adimplemeneto de todas as multas e tributos relacionados ao bem, manobra que objetiva criar receita sem a propositura da ação executiva própria. Conforme se verifica no sistema atual, todos os procedimentos referentes à regularização de automóvel geram a vistoria com o pagamento do respectivo DUDA.
Se um carro é vendido duas vezes em um ano, fará duas vistorias para transferência de propriedade, o que demonstra que o objetivo da exigência não é a inspeção de segurança.
Por outro lado, desde que legitimamente autorizado, o DETRAN pode realizar a inspeção de segurança dos carros, no entanto, não se pode permitir que toda documentação referente a um automóvel somente seja deferida após a vistoria. Os atos administrativos devem observar o princípio da razoabilidade, sob pena de ultrapassar os limites da isonomia também exigida pela Constituição.
Em face do exposto, DEFIRO A LIMINAR para determinar o licenciamento anual de 2010 do veículo conforme documento de fls. 15/16, sem a exigência de vistoria. Certificado o correto recolhimento das custas, intimem-se. Notifique-se a autoridade coatora. Intime-se para apresentar impugnação.
Decorrido o prazo legal, com ou sem manifestação, ao Ministério Público. P.I.
*Processo 0130323-42.2010.8.19.0001*
Leia liminar completa em
http://diariodorio.com/derrubada-vistorial-anual-do-detran/
Aos amigos Blogueiros e Imprensa LIVRE,
Solicito que publiquem a matéria abaixo. Como muitos de vocês ando sendo alvo da onda difamatória que grassa na cidade. Percebo claramente que tais coisas são o "último argumento da incompetência e da ignorância", sem falar nos intere$$es contrariados. Conclamo a todos aqueles que já estão sendo, ou serão, alvo deste tipo de "linchamento moral", a que façam claramente seu protesto. Esclareço ainda, que em sabendo a identidade do "difamador" terei um enorme prazer em argui-lo nas instâncias devidas.
Abraços,e desde já, grata a todos.
Beth Michel
Publicado no Blog. História,música e sociedade ( Prof. Chicão) > josefranciscoartigos.blogspot.com
"Outro dia, falaram que Beth Michel era assessora do vereador Dr. Taylor Jasmim. Beth é uma artista independente e recebe tb como aposentada."(sic)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Esclarecimento de Beth Michel
Caro Chicão,
Já que fui nominalmente citada, me vejo na obrigação de esclarecer que: sim sou artista plástica independente. E sou filiada a duas entidades: TribAL e Grupo Independente.
(Em momento algum me beneficiei destas afiliações em proveito próprio, e não por que me fosse interdito, mas porque não necessitei). Não sou aposentada (ainda), meu marido sim é aposentado . Trabalho (de forma remunerada) como artista plástica para dois "marchands" estrangeiros ( um europeu, outro japonês) e o restante de meus ganhos pessoais provêem de imóveis que herdei fora do município de Cabo Frio.
O Dr. Taylor Jasmim, quando em campanha (2008), me procurou (assim como outros candidatos) para pedir que eu lhe desse minha OPINIÃO sobre um projeto Cultural de autoria dele, o que fiz de maneira totalmente gratuita ( no caso proposto achei o projeto básico excelente, mas merecedor de algumas pequenas adaptações).
E de lá para cá estive 2 (duas) vezes no gabinete do - já eleito, vereador: a primeira (com a historiadora Meri Damasceno) para solicitar providências quanto à autorização dada (indevidamente) pelo então Conselho de Cultura para a demolição da Casa Wolney( e para proteção de outros bens históricos); e a segunda com várias outras pessoas da comunidade Cultural (procuramos também Alfredo Gonçalves e outros vereadores) para impedir a votação do decreto de reforma administrativa, e que iria transformar as Secretarias de Cultura e Meio Ambiente em meras coordenadorias (o que culminou na autorização expressa do sr. Prefeito para o I Fórum Municipal de Cultura e no compromisso formal do mesmo sr. Prefeito em ACATAR as decisões dele imanadas- tenho matéria publicada no jornal Folha dos Lagos para comprovar).
Não sou, e não fui convidada para - e se o fosse não aceitaria; nenhum cargo REMUNERADO na Câmara, nem NESTE governo. Prezo minha LIBERDADE e minha coerência. Peço-lhe a gentileza de publicar este esclarecimento com o mesmo destaque no corpo do Blog.
Um grande abraço Beth Michel
(P.S.; Para tornar a matéria mais inteligivel para aqueles que não acessam o blog do Chicão, acrescentei algumas explicações necessárias entre parênteses)
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Machismo!
Caros amigos (inimigos também).
Minha ausência temporária tem justificativa, mas que, naturalmente não interessa a ninguém, só a mim e a família.
Apesar da ausência, fiquei ansioso para escrever e queria falar a todo este povo brasileiro sobre as eleições presidenciais (ainda as eleições, que saco, dirão muitos). Mas, assim como minha ausência, tem justificativa, mas essas, acredito, de interesse geral.
O que assisti pela TV foi algo vergonhoso por se tratar de campanha para escolher o dirigente do país e que tinha os olhos do mundo voltados para o Brasil. Meu Deus!
Bolinha de papel na cabeça que devido à exploração de determinado veículo
de comunicação mais ficou parecendo um míssil do Hezbolah, aquela facção que luta em terras do Líbano pela independência Palestina nas terras que Israel diz que são suas.
Os mísseis costumam cair na cabeça das pessoas em cidades israelenses tais como a bolinha de papel na cabeça do candidato José Serra.
Porém existem claras diferenças, é óbvio, afinal os mata-mosquitos que lançaram a bolinha estão a centenas de anos-luz de distância dos homens bombas que explodem freqüentemente no Oriente Médio. No entanto, acho que muita gente concorda que as reportagens sobre o assunto pareciam tratar sobre um ataque da Al Qaeda do Osama Bin Laden (o maior fugitivo do mundo), aquele que explodiu as Torres Gemes, em Nova Iorque, em 2001. Uma exploração exacerbada do machismo contra a mulher que demonstrou firmeza, inteligência e capacidade de administrar crises.
Mas, deixando de lado os aspectos milicianos (aliás, a milícia está dando de mil a zero em Cabo Frio e ninguém faz nada, mas isso é tema para um artigo futuro), vamos ao que interessa, porque minha intenção é abordar uma outra questão que identifiquei na campanha e que parece não interessar a ninguém, nem intelectuais, nem so
ciólogos, discutir: o machismo!
Meus amigos, depois dessa campanha, cheguei à conclusão de que deveria ser criada uma lei específica contra o machismo, tal como existe a lei contra a homofobia, para proteger as mulheres da exploração exacerbada daqueles homens-vítimas-de-bolinha-de-papel, especialmente os políticos que não pagam pensão alimentícia. O Serra parecia até jogador de futebol cavando pênalti. O que é isso, companheiro?!
A começar pelo histórico machismo da coligação PSDB/DEM, filhotes da extrema direita que comandou este país por anos com mão de ferro sob a sigla ARENA e depois PDS, depois PSDB e PFL e depois PSDB e DEM, que abrigava políticos a serviço dos militares, que gostavam de mamar na teta da República enquanto o povo sofria fome, sede, espancamentos, torturas e algumas balas certeiras (não perdidas). Mas tinha futebol e carnaval na TV para desviar a atenção daquilo que ocorria no país.
Percebi que esse sentimento machista se espalhou com apoio de um veículo eletrônico e contribuiu para dar a Serra aqueles milhões de votos. Coisas muito baixas foram utilizadas, inclusive por lideranças religiosas, que se deixaram levar pela serpente e, mais uma vez, experimentaram o gosto da maçã.
Graças a Deus que temos neste país a maioria de pessoas inteligentes, percebemos que 56% dos brasileiros não são machistas, em discernimento e souberam, naturalmente com seriedade e muito orgulho, participar da história deste Brasil, elegendo a primeira mulher como presidente deste país.
Dilma, com sobras, mostrou que aprendeu a lição e passou com nota muito superior a de Serra no exame presidencial. Serra tratou dos assuntos como as maricotas tratam das questões pessoais, olhava apenas para cada árvore da floresta, enquanto
Dilma mostrou visão, olhando a floresta inteira.
Surpresa foi o Gabeira, até então um dos nomes da resistência nesse país, tenha se entregado à sede do poder e se aliado à cultura daqueles que nas décadas de 60 e 70 trucidaram a juventude deste país, eliminaram os líderes para que a CIA norte americana pudesse escolher quem deveria comandar o Brasil. Pobre Gabeira, se deixou iludir pela sede do poder, se aliou aos machistas, olhou apenas para seu umbigo e perdeu a chance de confirmar seu nome na história desse país. O que é isso companheiro!
Gabeira fez coro com Marcos Mendes (PSDB, mesmo partido de José Serra), o prefeito mais cassado da história deste país. Marcos Mendes jogou nas onze, colou em Lula, Sergio Cabral e no final, teve que se aliar a Serra. Ele participou, juntamente com o empresário do Cabofolia, de uma reunião no Rio com prefeitos do PSDB e partidos aliados, para trabalhar na campanha. Cada prefeito foi incumbido de coordenar a campanha de Serra em seu município.
A Região dos Lagos, como um todo, deu uma votação expressiva a Serra demonstrando que na Região, o machismo está arraigado.
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Violência contra paciente em posto de saúde em Tamoios
Por Tânia Rodrigues
A violência, lamentavelmente faz parte do nosso cotidiano. Não sabemos quando e onde seremos brutalizados ou estaremos à mercê de pessoas descontroladas. Mas uma coisa é certa: não esperamos esse tipo de ações quando levamos nossos filhos (crianças, jovens ou adultos) ao médico. Queremos sair do consultório com a esperança de que tudo vai melhorar e nosso ente querido foi bem tratado.
Infelizmente não foi isso que aconteceu com Dalva José dos Reis, 67, que no dia 20 de outubro levou sua filha Doilsa José Ferreira, 41 anos, que sofre de problemas mentais a uma consulta que faz regularmente no Posto de Saúde da Família Unidade Nova Califórnia, em Tamoios. Dalva foi informada pela funcionária Cíntia Maria Passos da Silva de que o médico não daria consulta naquele dia porque estava doente e não tinha como resolver o problema de sua filha.
Dalva ficou preocupada com a possibilidade de sua filha Doilsa ficar sem os medicamentos controlados, que só podem ser liberados pelo posto com a autorização médica e retornou para casa preocupada, a filha ouviu suas reclamações e imediatamente foi ao posto.
- A Cíntia gritou comigo, disse que esperasse a chegada do médico para liberar o medicamento. Essas atitudes são comuns porque eles sabem que eu trabalhei na campanha para o Deputado Alair Corrêa, adversário do prefeito Marquinho Mendes. Por isso, sempre trata a gente mal, o que é um erro, política é uma coisa e saúde é outra, disse Dalva.
No posto, Doilsa foi agarrada por quatro pessoas e brutalmente agredida por unhadas, imobilizada por um golpe conhecido como “gravata” no pescoço, que a deixou sem condições até de respirar. Segundo Doilsa, Cíntia tentou agredi-la com um tapa e chegou a pegar uma cadeira para arremessar contra ela.
Os funcionários do posto, resolveram chamar a polícia, quando, na verdade, deveriam convocar os Bombeiros para controlar a paciente com problemas mentais e conduzi-la a um hospital para ser medicada, já que não havia médicos no Posto de Saúde.
Os policiais, Cabo Arruda e soldado Lafayete, do DPO de Unamar, foram ao local e ouviram a versão das partes. Cíntia e outra funcionária, Mônica Alves de Oliveira, se consideraram as vítimas, alegaram terem sido agredidas por terceiros e foram conduzidas à Delegacia de Cabo Frio, onde foram atendidas pelo detetive Alessandro.
Na delegacia, onde foi registrada a ocorrência 6742/10 para apuração do fato, os policiais consideraram uma “verdadeira palhaçada” a atitude dos funcionários do Posto de Saúde da Família Unidade Nova Califórnia.
Doilsa não foi medicada, a mãe, está preocupada em voltar ao posto e ser maltratada outra vez e ver a filha sem medicamentos. O posto, por livre e espontânea vontade dos funcionários foi fechado, com um cartaz informando de uma suposta perícia policial no local e com demonstração de truculência dos funcionários que não pouparam também a língua portuguesa. No cartaz lia-se: Aviso! Esta unidade está fechada por motivo de perícia. (Agreção a uma funcionária “física”). Obs: Agreção física e verbal.
Cansada de tanta agressão e tanta violência, encerramos aqui a reportagem aguardando que Doilsa possa ser atendida condignamente, receba seus remédios, sua mãe seja respeitada como idosa, que haja sempre médico de plantão no posto, que as funcionárias aprendam a tratar e respeitar as pessoas, que a polícia investigue e a Justiça seja cumprida.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
José Reinaldo Marques e Renan Castro
22/10/2010
Maurício Azêdo revelou a sua satisfação com a grande presença do público jovem na platéia. E disse que uma das metas que a ABI pretende alcançar é atrair jovens jornalistas para o seu quadro social:
Ele ressaltou que o tema do seminário era um assunto de grande interesse para a ABI, porque oJornal do Brasil foi, ao longo de meio século, “o paradigma da melhor qualidade de jornalismo que se fazia no Rio de Janeiro e no Brasil”. O Presidente falou também que tanto ele quanto os membros da ABI tinham “uma relação afetiva muito forte com o JB”. E mencionou os testemunhos que os jornalistas Ancelmo Gois e Sérgio Cabral deram antes do final da versão impressa do jornal:
No primeiro dia do seminário foram debatidos os seguintes painéis: “Evocação e análise”, com o professor de Jornalismo Gráfico da UFF, Ildo Nascimento; e “Um jornal que fez história”, cujos palestrantes foram os jornalistas José Silveira, Ana Arruda Calado, Cícero Sandroni e Wilson Figueiredo. O tema foi abordado também por Alberto Dines, por videoconferência. A mediação foi do professor João Batista de Abreu (UFF).
Ildo Nascimento fez uma apresentação do seu trabalho de pesquisa sobre a reforma gráfica que o JB realizou nos anos 50 — comandada pelo artista gráfico Amílcar de Castro —, que se tornou uma referência da imprensa nacional e acabou sendo copiada pela maioria dos grandes jornais do Brasil: “A reforma foi um processo no dia a dia do jornal, pois não havia tempo para uma mudança radical. Os primeiros passos da reforma ocorreram de uma sexta para a terça-feira da semana seguinte”, contou o professor.
No final do século XIX, surgiram outras mudanças. Foi quando o jornal passou sofrer popularização, com notícias policiais na primeira página, desenhos e festas populares:
Outro aspecto importante é que o jornal era um fenômeno eminentemente carioca. O Rio era a cidade de muitos ecos, inclusive políticos. “O Rio de Janeiro, apesar de não ser mais a Capital, era o centro do Brasil”, afirmou Dines, acrescentando que “a imprensa carioca precisa perceber que precisa se revitalizar, mas fazer o mesmo com o Rio de janeiro, porque, sem isso, fica-se numa coisa artificial”.
Um pensamento defendido por Alberto Dines é de que um jornal é uma organização de estudo que se desenvolve por meio do aprendizado. Segundo ele, o Jornal do Brasil percebeu isso quando começou a administrar cursos de jornalismo, organizados pelo Departamento de Pesquisa:
Ele lembrou que no antigo JB as equipes se ligavam, as gerações se completavam. Na sua opinião, um jornal não pode ser feito apenas por um grupo, com uma geração apenas:
O Jornal do Brasil era um conjunto de gerações que se sucederam e se completaram, disse Alberto Dines. Primeiro com o grupo de 1956 e depois os outros:
O jornalista gaúcho José Silveira trabalhou no JB por mais de 20 anos, onde ocupou o cargo de Secretário de Redação, em dois períodos. Ele reforçou o que já havia sido dito por Alberto Dines anteriormente sobre o espírito de unidade da Redação do jornal. Ao se referir à sua passagem pelo diário, disse que percebeu que havia ali a compreensão “de que o jornalismo é um aprendizado diário, uma vez que os fatos não se repetem da mesma forma”.
Um outro dado importante destacado por José Silveira é que todos os grandes jornais como oEstadão e a Folha de S.Paulo, onde ele também trabalhou depois que saiu doJornal do Brasil, é que a reforma gráfica do JB “foi tão copiada que o próprio jornal passou a copiar o que era copiado dele” (risos).
Ana Arruda Calado era uma jovem recém-formada em Jornalismo quando foi contratada para trabalhar no Jornal do Brasil, onde ingressou como estagiária. O
chefe de Redação naquele momento era Odylo Costa, filho e Wilson Figueiredo, chefiava a reportagem. Disse que comentar esse período é sempre uma grande emoção:
Em tempos em que a categoria de jornalistas briga pela defesa do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, Ana Arruda Calado contou uma história curiosa:
Ana Arruda recordou que ingressou como estagiária no JB em 1º de abril de 1958. Passou quatro anos no jornal, que ela diz terem sido maravilhosos. Disse que uma das coisas importantes que ela apreciava na Redação do JB é que não havia comportamento ditatorial por parte da chefia:
Ela disse que uma das coisas que gosta de lembrar do tempo em que foi repórter noJornal do Brasil era o trabalho em equipe:"Repórteres, motoristas e fotógrafos se ajudavam mutuamente". Na sua opinião, este foi o contexto que consolidou a história do jornal.
Wilson Figueiredo falou com entusiasmo que o JB quebrou uma série de paradigmas na imprensa brasileira, a partir dos anos 60:
O segundo dia do seminário “O JB que nós amávamos”, começou com discurso do Presidente da ABI Maurício Azêdo, sobre a importância do evento e a responsabilidade dos jovens estudantes presentes, pelo que será do Jornalismo nas próximas décadas. Em seguida, foi exibido o programa do Observatório da Imprensa de 20 de Julho deste ano, sobre o fim da versão impressa do Jornal do Brasil.
Após o programa, a plateia assistiu ao vídeo “Av. Brasil, 500”, de Rogério Reis, com fotos da antiga sede do jornal na Avenida Brasil, ao lado de fotos históricas da redação ainda em funcionamento.
A primeira mesa de debates do dia teve como mediador Gilberto Menezes Cortes, e a participação de Paula Máiran, ex-repórter do JB, Suzana Blass, Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, e Nilo Dante, que trabalhou no jornal em diversas épocas diferentes, inclusive durante a reforma gráfica do jornal na década de 50.
Menezes Cortes abriu a discussão sobre “As Origens da Crise” lembrando do início da perda de leitores jovens e da concorrência desleal do O Globo nos classificados. Ele falou também das consequências da redução de profissionais na redação e de correspondentes internacionais, que chegaram a ser 15 no Jornal do Brasil. Cortes também criticou o jornalismo preguiçoso feito na internet, e fez uma crítica: “Jornalismo acomodado não existe”, disse.
Paula Máiran, que começou justamente pelos classificados, contou um pouco de sua trajetória no jornal, e os sintomas da crise que presenciou durante a década de 90, até seu pedido de demissão em 2002. Ela criticou a falta de planejamento e ações de marketing do veículo, além da soberba de não aceitar diminuir o preço dos anúncios. Segundo ela, esses fatores, aliados à tática agressiva de O Globo e desvios financeiros de funcionários do próprio jornal, contribuíram diretamente para a falência do jornal como era.
Nilo Dante, através de exposição de imagens sobre a história e o futuro da imprensa, citou problemas atuais, com críticas e comentários. Ele falou sobre questões cruciais para a decadência não só do JB, mas também da circulação de outros jornais impressos no Brasil. Para ele, a crise começou em 1983 e se agravou pela “administração inepta e predadora”. Classificou ainda os donos de jornais de hoje como “senhores feudais da informação”.
Paula ainda mencionou fatos importantes como o elitismo e o racismo presentes em sua época de JB, na qual ainda existia a proibição de fotos de negros na primeira página, por exemplo. Em um encerramento esperançoso, ela levantou alternativas para salvar o jornal, e disse ainda acreditar em uma mudança, como destacou: “Nada deve parecer natural, e nada deve parecer impossível de mudar”.
A segunda mesa de debates do dia 21 foi sobre o futuro do jornal impresso. Contou com a presença por vídeo conferência de Ricardo Gandour, diretor de conteúdo doGrupo Estado; Caio Túlio Costa, ex-Folha de S. Paulo, professor universitário e consultor em novas mídias; e Rosental Calmon Alves, professor da Universidade do Texas, e um dos que inovaram ao colocar o JB na internet em 1995. Pessoalmente, participou da mesa Orivaldo Perin, editor executivo doGlobo, também ex-Jornal do Brasil.
O discurso dominante da mesa foi sobre a necessidade de reinvenção do jornal impresso, a partir de novas formas de abordagem, gestão e de adaptação à nova configuração atual da informação e comunicação. Gandour sustentou a necessidade da convivência e convergência entre as diferentes plataformas, sem abandonar nenhuma totalmente. Defendeu também um novo modelo de gestão empresarial, adaptado às novas tecnologias como os Tablets e Ipads, pelo alto custo agregado da produção de um jornal impresso.
Caio Túlio concordou com Gandour sobre a necessidade de uma nova lógica empresarial, e alertou para o desafio enfrentado atualmente das mídias interativas e o “jornalismo colaborativo”, que deu às pessoas o poder de jornalistas. Tal novidade, segundo Caio, faz com que a prática jornalística seja repensada, em termos de apuração e credibilidade. Perin apontou para a possibilidade de o jornal se tornar apenas um curador de notícias dentro desse cenário.
Rosental, por sua vez, chamou atenção para o que classificou de “enorme revolução sem paralelos na história da humanidade”, que diz respeito à grande quantidade de informação a que estamos expostos hoje. Ressaltou ainda que não se deve ignorar tais mudanças, e aposta nas mídias sociais como possibilidade de democratização da informação.
Para ele, apesar da imensa desigualdade social ainda existente no Brasil, as novas tecnologias digitais podem ser entendidas como uma ferramenta de inclusão e não de exclusão social. E dá o exemplo do aumento do número de celulares adquiridos por pessoas mais pobres.
Orivaldo Perin comentou que mesmo com a queda de circulação, o jornal impresso ainda representa 95% do faturamento do O Globo, apesar do crescimento da participação da Internet nos últimos anos, e do sonho de qualquer dono de empresa de informação de ter um veículo sem a base industrial, para diminuir os custos.
Futuro
Em sua avaliação sobre os novos rumos do Jornalismo, Rosental concluiu que “o jornal impresso sozinho está morto. Dependerá da criação de uma nova estrutura não centralizada no papel, capaz de entender a nova lógica”. Acrescentou também o advento das redes sociais como oTwitter, no processo de integração entre a internet e o jornalismo como um todo.
Perin citou a integração física das redações do impresso e do on-line no O Globo como exemplo de tendência para o futuro. Mas levantou o contraponto de que a internet também não sobrevive sem a credibilidade das grandes empresas de comunicação, que trazem maior quantidade de acessos a seus sites: “Os grandes portais de informação têm por trás uma marca de papel”, afirmou o jornalista.
Rosental prevê que o jornal no papel não desaparecerá, assim como não desapareceu após o surgimento da TV e do Rádio. O desafio de agora é se adaptar à web e às outras mídias digitais:
Sobre essa mudança, Orivaldo Perin acrescentou que deve ser cuidadosa, e se adaptar ao novo tipo de leitor. Outra transformação essencial citada pelo editor doGlobo foi sobre a visão dos anunciantes, ainda muito dependentes da mídia impressa.